Acho que já disse que aqui chamamos chicharros aos carapaus. Ou é mais certo dizer que é no continente que chamam carapaus aos chicharros?! O que é certo é que falamos do mesmo peixe. Aqui são sempre chicarros, quer sejam grados ou miúdos. É a diferença de culturas e passados que nos ensinaram assim. Digo a muita gente que só na minha ilha o sotaque muda de freguesia para freguesia. Até mesmo na gastronomia e hábitos culturais. Somos um povo rico em cultura e diversidade e é isso que carimba a nossas ilhas.
Mas voltando aos chicharros. Depois de ver essa sugestão no blogue da Gisela fiquei com vontade de fazer. Não foi logo, pois gosto de comprar chicharro fresquinho a um senhor que os trás diretamente do mar para as nossas casas. Existe (ainda) a venda ambulatório de peixe pelas freguesias em carrinhas já elas, preparadas para isso. Antigamente era em carroças puxadas por cavalos e o peixe era trazido em tabuleiros e cobertos por fetos que os refrescavam e protegiam das moscas. Mas era sempre fresco. Lembro-me que quando o senhor apregoava até os gatinhos apareciam, pois sabiam que às vezes lhes calhava um peixinho :). Esse tempo já passou. Ainda por vezes ouvimos o senhor a pregorar (não o mesmo, claro) mas já não é numa carroça. Mas o peixe, esse é sempre fresquinho. Temos a sorte de ter o mar à volta :)
Ingredientes:
Carapaus pequenos frescos
alhos
sal
azeite
vinagre
Fiz assim:
Arranjei os chicharros, coloquei-os num recipiente com rede e deitei uma boa porção de sal por cima. Reservei cerca de 2 ou 3 horas.
Levei ao lume um tacho largo com água, e cozi os chicharros.
Escorri, passei por água fria, tirando a pele e as espinhas laterais.
Deitei num prato de sevir e temperei com azeite, vinagre e alho laminado, e servi frios.
Acompanhei com batatas e bróculos cozidos.
Espero que gostem da sugestão.
Beijinhos
Uma comida bem ao jeito algarvio :) e que tanto gosto. A minha avó era bem transmontana e era assim que os chamava, chicharros :) beijinhos
ResponderEliminarAi que coisa maravilhosa que eu trincava já isso tudo bem rapidinho. Uma travessa bem grande para esta mesa se faz favor!
ResponderEliminarÉ de facto um privilégio ter assim o mar à porta e ao domicilio. Por cá ainda há algumas carrinhas de venda de peixe porta a porta, mas parece-me que a tendência é para acabar. Esse chicharro ficou um pitéu.
ResponderEliminarBeijinhos
Lembro-me de quando estive na Terceira ir um senhor vender o peixe a casa da minha tia. Nesse dia foi abrótea que ela fritou. Uma maravilha :) Têm muita sorte sim, nisso e em tantos outros aspectos :)) Esses chicharros estão do melhor, é o que digo que por vezes nas formas mais simples de cozinhar está o segredo para um grande pitéu :) Bjs!!!
ResponderEliminarOlá Susana! Por aqui em Coimbra, na zona onde moro também ainda existe uma carrinha que vem vender peixe fresquinho quase todas as manhãs, mas ainda não calhou lá ir espreitar, talvez um dia destes:))
ResponderEliminarEu chamo carapau ao pequeno e chicharro ao graúdo.
Essa travessa está maravilhosa, cheira a mar e a petisco de verão!!
Beijocas e bom fim de semana:)
Susana, nem imaginas as memórias que me trouxeste com esta receita. A minha avó e bisavó que sempre viveram comos meus pais costumavam fazer este prato. Eram elas as cozinheiras lá de casa porque os meus pais trabalhavam fora todo o dia.Trazer o passado até ao presente com os teus chicharros.
ResponderEliminarUm abraço
Que o fim de semana seja bom. O meu está a cheirar a bolo de chocolate;)
Não sou grande apreciadora de chicharros. Muito pequeninos e bem fritos, ainda como, mas não perco a cabeça. E tenho pena. É que quem gosta diz que não há melhor :)
ResponderEliminarUm beijo e continuação de bom fim de semana.
Ilída
Susana, que belo prato, no sábado havia no mercado uns carapaus dessas tão fresquinhos que não resisti e trouxe para fazer desta maneira.
ResponderEliminarObrigada por experimentares
Um beijinho